Plantar árvores é uma forma eficaz de reduzir as temperaturas nos centros urbanos e várias experiências mundo afora o comprovam. No entanto, uma iniciativa colombiana, premiada na edição 2019 do Ashden Awards, provoca uma reflexão a respeito de outros pontos positivos do investimento público em áreas verdes.
O projeto Corredores Verdes, implantado em Medellín, vem demonstrando os impactos positivos na qualidade de vida da população local, não apenas sob o ponto de vista ambiental, mas também sócioeconômico, como explicou o prefeito da cidade Frederico Gutierres:
“O [projeto] Corredores Verdes é uma forma de nos adaptarmos às necessidades ambientais da cidade. Em 1991, Medellín chegou a ser a cidade mais violenta do mundo. Quando tomamos a decisão deplantar os 30 corredores verdes, nos concentramos naquelas áreas da cidade que mais necessitavam de aporte ambiental. Hoje, com essa intervenção, conseguimos reduzir a temperatura em mais de dois graus centígrados e o cidadãos já o sentem. Muitos lugares da cidade haviam se transformado em lixeiras, haviam se tornado lugares de consumo de drogas porque eram lugares abandonados, isolados. O que fizemos foi transformá-los em jardins. As crianças voltaram, voltaram as famílias. A comunidade cuida, lhes dá carinho, e as pessoas sabem que é delas, fizemos para elas. Nós contratamos muito mais jardineiros, e isso nos permitiu capacitar muita gente que não tinha trabalho”.
A iniciativa dos vizinhos colombianos vai na contramão do pensamento ainda presente em muitas administrações locais brasileiras, que veem nas árvores uma fonte de problemas por “sujarem” calçadas e estragarem fiação pública e carros. No entanto, elas são capazes também de cooperar com a reprodução de insetos polinizadores, cuja redução de população vêm preocupando ambientalistas, além de melhorar a qualidade do ar, diminuir a temperatura e aumentar o bem-estar em geral.
“Quando você vê as abelhas, quando você vê os pássaros de novo nesses corredores, onde já não estavam, aí se pode entender que a vida regressou”.
Atualmente, 30% da população mundial está hoje exposta a temperaturas muito altas no verão e 12.000 pessoas morrem devido ao calor excessivo a cada ano. Diante desse cenário, multiplicam-se os projetos, no mundo inteiro, visando a redução das temperaturas nas grandes cidades.
A iniciativa dos vizinhos colombianos vai na contramão do pensamento ainda presente em muitas administrações locais brasileiras, que veem nas árvores uma fonte de problemas por “sujarem” calçadas e estragarem fiação pública e carros. No entanto, elas são capazes também de cooperar com a reprodução de insetos polinizadores, cuja redução de população vêm preocupando ambientalistas, além de melhorar a qualidade do ar, diminuir a temperatura e aumentar o bem-estar em geral.
“Quando você vê as abelhas, quando você vê os pássaros de novo nesses corredores, onde já não estavam, aí se pode entender que a vida regressou”, finaliza.