Deputado federal goiano protocola representação no Ministério Público Federal cobrando repasse a Estados e municípios e exige cobertura universal pelo SUS aos suspeitos de contaminação e grupos de risco da pandemia.
Renato Dias – Especial para o Onze de Maio – O deputado federal Rubens Otoni [PT-GO] protocolou representação na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, Ministério Público Federal, hoje, 4 de maio, para exigir que a União repasse, com urgência, a Estados e municípios, objetos para testagem em casos suspeitos de Coronavírus Covid 19. A cobraça é endereçada ao novo ministro da Saúde, Nelson Luiz Teich, que assumiu com a demissão de Luiz Henrique Mandetta (DEM).
Teich é oncologista, ligado ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e por enquanto ainda não disse a que veio. Os números da pandemia de coronavírus Covid19 dispara no Brasil e o novo ministro – cuja aparência lembra “Tropeço”, o mordomo da Família Adams, segue impávido, silente, enquanto milhares de brasileiros morrem e dezenas de milhares se contaminam.
O parlamentar diz que a gestão do SUS [Sistema Único de Saúde], criado pela Constituição Federal promulgada em 5 de outubro de 1988, é compartilhada pelos entes federados.

“A União tem a responsabilidade de garantir a testagem maciça da população,” cobra o deputado Rubens Otoni
.
Rede de Saúde
A rede de saúde está organizada e instalada nos municípios, pontua. O líder petista frisa que os testes precisam chegar com urgência às unidades de saúde. As unidades de saúde poderão, de imediato, começar o trabalho, insiste. A estratégia é garantir a universalidade na cobertura e atendimento, dispara. É preciso testagem ampla e suficiente para os indivíduos com suspeita de contaminação, fuzila. A fragilidade financeira dos Estados e municípios exige ação da União.
Para garantir a manutenção do sistema mediante contrapartida que assegure a testagem
Brasil passa a China em número de mortes pelo coronavírus

Tropeço e Teich: mordomos de famílias desajustadas
Em entrevista à Revista Exame, Gonzalo Vecina Neto disse que a pandemia do Covid19 deve chegar ao seu pico no Brasil no dia 10 de maio e há possibilidade de se agravar após esta data devido à queda no isolamento social registrada na maior parte do país; Professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Gonzalo Vecina Neto já foi secretário de Saúde da cidade de São Paulo e secretário de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde.
Gonzalo criticou o que aponta ser uma falta de coordenação do governo federal, o que, em sua avaliação, tem atrapalhado os esforços de combate ao coronavírus.
“Nós ainda estamos na fase ascendente da curva”, disse Vecina Neto à Reuters na quarta-feira ao comentar o atual estágio da pandemia no país, acrescentando que modelos matemáticos baseados no comportamento da doença na Europa e na Ásia indicam que o pico no Brasil se dará no dia 10 de maio
Enquanto os especialistas alertam para necessidade de ampliar o isolamento social, o ministro Nelson Teich titubeia entre ouvir as recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde) ou atender aos delírios do ex-capitão e seus filhos, que afrontam governadores, prefeitos e autoridades sanitárias promovendo manifestações contra o isolamento social. Como ministro, Teich é um bom mordomo.
Países que saíram mais cedo da pandemia como China, Coréia do Norte, Taiwan, Alemanha e Cingapura mostraram que duas coisas coisas funcionam contra o Covid19: isolamento social e testes maciços na população, de maneira a identificar infectados, portadores (pesssoas que tem o vírus mas não desenvolveram a doença), isolando estes grupos, e reduzindo o número de infecções.
Com a palavra o MPF.
Leia também:
Com mais de 87% dos leitos ocupados, São Paulo deve colapsar “em breve”, diz médico
Com 60 mil casos a menos que o Brasil, Índia estende quarentena por mais duas semanas
Em 15 dias, mortes pela covid-19 crescem até 180% na periferia paulistana