Deputados, lideranças políticas, empresariais e sindicais cobram mais abertura do governo às suas reivindiçações.
Diálogo, o desafio do governo e do governador

Diálogo é a palavra que se repete na boca de deputados e lideranças políticas quando o assunto são os cem primeiros dias de administração do governador Ronaldo Caiado (DEM). Presidentes de partido, apoiadores de campanha, prefeitos e deputados cobram do governador e de seus auxiliares, mais diálogo.
Este sentimento vale na Assembleia Legislativa para tanto para os deputados chamados independentes, quando os de oposição ou de situação.
Alerta

“São cem dias que o povo goiano está aguardando o governador Caiado apontar um caminho positivo para Goiás. Nós não tivemos nenhuma ação que venha ao encontro de termos a esperança de uma saúde melhor, uma geração de empregos, ou a expectativa de pagamento de salários no mês trabalhado. São cem dias de um governo que ainda não saiu da campanha eleitoral. É preciso avançar. A população elegeu um novo governo para poder pensar para frente, para ir para por um caminho novo, e isto ainda não ocorreu. A população está aguardando qual será este caminho”, frisa

“Nosso entendimento é de que entidades ligadas aos setores produtivos, entidades de classe, prefeitos, lideranças municipais merecem este diálogo, neste momento quando o governo se fechou nas questões internas da estrutura administrativa. Mas a expectativa para os próximos meses é que se tenha diálogo numa amplitude maior, ouvindo lideranças de todo o Estado e abrindo o Palácio para que esta conversa possa ser franca e com resultado para as pessoas”, pontua.
Reconhecimento
Na coluna Giro do jornal O Popular de segunda-feira (15/04) o jornalista Marcos Nunes Carneiro trouxe entrevista com o governador onde ele concorda sobre a necessidade de mais diálogo. Caiado confirmou ter ciênia das reclamações feitas por deputados de sua base de sustentação de que os secretários estaduais estão dificultando o acesso a informações e ao atendimento de demandas e de nomeações.
“Deputados tem total razão em reclamar do tratamento de alguns secretários”, diz o governador. “Já determinei a todos os meus secretários que revisem esta prática. Não vou admitir de maneira nenhuma que os deputados não tenham atendimento correto e não tenham as informações repassadas”, enfatiza. Ele pondera aos deputados que “numa chegada de emergência, tenham o mínimo de paciência para aguardar o atendimento”.
Ainda segundo a nota, Caiado pretende realizar reuniões com as entidades empresariais a cada 60 dias, priorizando o contato com Fieg, Adial e Fecomercio. Já é um começo.

“Temos um governador que não mudou o discurso, ele ganhou com um discurso e está governando com este discurso. Temos um governador que não está envolvido em escândalos. Hoje a Polícia Federal visita a casa de ex-governador e descobre malas de dinheiro”, alfineta. Para Chico KGL o governo será melhor avaliado a partir de 180 dias. “O governador tem trabalhado muito, está preocupado com o pagamento do salário de dezembro dos professores e em garantir recursos para colocar o Estado nos eixos”, garante.
Há um ditado que diz que o uso do cachimbo entorta a boca. Ao longo de sua trajetória politica o governador Ronaldo Caiado sempre se posicionou bem nos bastidores, realizando costuras políticas, ao mesmo tempo em que exercitava a sua oratória na tribuna. Os tempos agora são outros. No exercício do Executivo as demandas são maiores, os grupos de pressão tem mais representação, exigindo paciência e a negociação.
Mais diálogo. Mais abertura. Uma postura mais desarmada. O discurso da campanha, de combate à corrupção, deve ser transformado numa tarefa delegada à PGE (Procuradoria Geral do Estado), à CGE (Controladoria Geral do Estado), e não deve ocupar a agenda do governador, que cada vez mais terá que lidar com demandas de prefeitos, deputados estaduais, federais e das entidades classistas do Estado.
O governo tem que decidir-se: ou fica com o discurso ou prioriza a gestão. No primeiro caso, basta continuar no palanque. No segundo, é preciso construir parcerias, garantir uma base de sustentação, atender demandas, o que vai exigir muito, diálogo.