Datafolha: Bolsonaro tem pior aprovação em cem dias, ficando atrás de Lula, Dilma, FHC e Collor

Datafolha: Bolsonaro tem pior aprovação em cem dias,  ficando atrás de Lula, Dilma, FHC e Collor

Pesquisa mostra que 30% consideram governo ruim ou péssimo, 32% avaliam como ótimo ou bom, 33% como regular, vice Mourão é melhor avaliado do que o presidente

Jair Bolsonaro (PSL) registra a pior avaliação após três meses de governo entre os presidentes eleitos para um primeiro mandato desde a redemocratização de 1985. Antecessores de Bolsonaro nas mesmas condições tiveram melhor desempenho. Fernando Collor (PRN) era reprovado por 19% em 1990, enquanto Fernando Henrique Cardoso (PSDB) marcava 16% de índices ruim ou péssimo em 1995.b Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT) , alvos frequentes de críticas do atual presidente, eram mal avaliados apenas por 10% e 7% da população ao fim dos primeiros três meses do governo.

Segundo o instituto Datafolha, 30% dos brasileiros consideram o governo de Bolsonaro ruim ou péssimo, índice semelhante ao daqueles que consideram ótimo ou bom (32%) ou regular (33%). Não souberam opinar 4% dos entrevistados. Mas 59%, segundo o Datafolha, ainda acreditam que ele fará uma gestão ótima ou boa. O presidente completa cem dias de mandato na próxima quarta-feira (10).

O instituto ouviu 2.086 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios nos dias 2 e 3 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Comentando a pesquisa no seu blog no UOL, o jornalista Reinaldo Azevedo, considera que é crescente o número de brasileiros que concordam com ao menos metade da afirmação feita pelo presidente Jair Bolsonaro durante uma solenidade em Brasília: Não nasci para ser presidente; nasci para ser militar. “Eu diria que os militares não concordam com a segunda parte”, rebate o jornalista, numa alusão de que Bolsonaro foi expulso das forças armadas por má conduta.

Análise
Reinaldo Azevedo observa que segundo dados da pesquisa Datafolha, publicados da edição da Folha deste domingo, o governo do autoproclamado “Mito” é ótimo ou bom para 32% dos entrevistados; regular para 33% e ruim ou péssimo para 30%; 4% dizem não saber. são números ainda piores do que os apontados pelo Ibope na pesquisa que veio a público no dia 20 do mês passado: 34% de ótimo/bom e igual índice para regular.

“Ainda não deu tempo, com a provável exceção da parcela de estudantes universitários prejudicados pela bagunça reinante no MEC, de a vida dos brasileiros ser alterada por escolhas feitas por Bolsonaro. Essa avaliação ruim traduz um juízo sobre o seu comportamento como presidente. Acompanho de perto os humores dos brasileiros com presidentes da República desde o longínquo João Figueiredo. Nunca vi um mandatário costear o ridículo com a frequência com que o faz Bolsonaro, e isso constrange mesmo aqueles que foram seus eleitores. Só o grupo dos fanáticos vive em gozo permanente e cobra que seu líder se afunde ainda mais em controvérsias, maluquices e irresponsabilidades”, opinia Reinaldo Azevedo.

Na sua coluna para o jornal O Globo, o jornalista Bernardo Mello Franco avalia que ás vésperas de Jair Bolsonaro completar 100 dias à frente da Presidência da República, “já ficou claro que o presidente não estava preparado para o cargo”.

“Até aqui, o capitão já abriu fogo contra adversários reais e imaginários. Bradou contra o socialismo, atacou países vizinhos, ofendeu parceiros comerciais e brigou com políticos que se dispunham a apoiá-lo”, ressalta Bernardo Mello Franco.

“Além de manter o tom belicoso da campanha, o presidente permitiu que a Esplanada virasse um parque de diversões da extrema direita. Nos episódios mais caricatos da disneylândia olavista, a ministra das Mulheres disse que as meninas deveriam vestir rosa e o ministro das Relações Exteriores prometeu libertar o Itamaraty do “marxismo cultural”. No mais perigoso, o ministro da Educação ameaçou mudar os livros didáticos para exaltar o golpe de 1964″, avalia.

Para ele, “as confusões da largada produziram um desgaste precoce no governo. A popularidade do presidente despencou 15 pontos, e o mercado financeiro começou a trocar a euforia pela cautela”, afirma.

 

Mourão melhor avaliado

A jornalista  Thais Bilenky, observa no seu comentário da pesquisa para a Folha que  “os constantes contrapontos feitos pelo vice Hamilton Mourão (PRTB) ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) atenuaram sua imagem perante o eleitorado. Após quase cem dias de governo, pesquisa Datafolha mostra que 18% do eleitorado considera o desempenho de Mourão ruim ou péssimo, ante 30% da taxa de Bolsonaro”, aponta a jornalista.

No entanto, ele é favorecido pelo desconhecimento.

“A maioria dos entrevistados (59%) não soube dizer quem era o vice-presidente da República, 37% acertaram o nome de Mourão e 4% erraram”, reporta a jornalista. “Entre a parcela mais rica da sociedade (mais de dez salários mínimos por família), Mourão tem 23% de reprovação, ante 37% de Bolsonaro.”

Mourão tem feito contrapontos a Bolsonaro, especialmente na política externa, onde se insurge contra o processo de submissão total aos interesses dos Estados Unidos e de Israel, representado pelo bolsonarismo. Ontem, em entrevista, ele afirmou que a China é parceira estratégica do Brasil.

(Com informações do UOL e jornal O Globo).

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