Derrotados nas disputas em São Paulo e Porto Alegre, candidato do PSOL e candidata do PC do B felicitaram os vencedores, Bruno Covas (PSDB) e Sebastião Melo (MDB) e desejaram que suas administrações correspondam às necessidades da população.
Não foi dessa vez que o ativista social e cientista politico Guilherme Boulos (PSOL) e a ex-deputada federal Manuela d´Avila (PC do B) governarão suas respectivas cidades – São Paulo e Porto Alegre.
Bruno Covas recebeu 59,38% dos votos válidos, enquanto Guilherme Boulos (PSol) registrou 40,62% dos votos.
Sebastião Melo (MDB) teve 54,63% dos votos em Porto Alegre, contra 45,37% de Manuela d´Avilla (PC do B).
Ambos foram alvo de dura campanha de difamação nas redes sociais, além de denúncias de compra de votos, conforme registrou o Jornal Nacional na matéria que flagrou distribuição de cestas básicas pela prefeitura de São Paulo na periferia da cidade, ou ainda, a divulgação de pesquisa falsa pela rede Bandeirantes – atribuindo-a ao Datafolha.
Nas suas falas como candidatos derrotados, nem Boulos, nem Manuela, vociferaram impropérios contra os vencedores. Ao contrário: deram uma aula de civilidade.
Manuela desejou boa sorte ao oponente.
“A sorte e o trabalho dele serão a sorte da nossa cidade, do nosso povo, das mulheres e homens que vivem em Porto Alegre”. Manuela também agradeceu às lideranças políticas, militantes, apoiadores e a todos e todas que apoiaram e votaram em sua candidatura.
Antes do término da apuração, Boulos ligou para o prefeito reeleito Bruno Covas para parabenizá-lo. O prefeito agradeceu o gesto. Ambos são de uma nova geração de políticos. Covas tem 40, Boulos, 38. Eles saem maiores desta disputa em seus respectivos partidos.
“Quero agradecer de coração a cada um que acreditou e segue acreditando. Agradecer a todos que sonharam. Nós vamos vencer, não foi nessa eleição mas a gente vai ganhar. Tamo junto!”, disse Boulos aos eleitores que acompanhavam a apuração em frente à sua residência, no bairro paulistano do Campo Limpo.
O gesto de Boulos e Manuela conta muito. Desde as eleições de 2018, o país foi tomado por uma onda de ódio, com fake news (notícias falsas) disseminadas nas redes sociais, e ataques pessoais contra candidatos que pensam fora do esquema do bolsonarismo, que se mira no mau exemplo dos Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump, que ainda não reconheceu a derrota para o Joe Biden.
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