Para a Revista Fórum, é este o significado dos editoriais da Band e da Folha em que Eduardo Bolsonaro e Ernesto Araújo, que agrediram a China, maior parceiro econômico do Brasil, são chamados de idiotas.
O editorial do Grupo Bandeirantes de Comunicação produziu um duro editorial contra o governo Bolsonaro na sexta (20). O tema era o choque diplomático com a China em meio à pandemia de coronavírus.
Em um dos trechos lidos pelo apresentador Eduardo Oinegue, a Band chama o chanceler Ernesto Araújo de idiota:
“A provocação desnecessária de um deputado irresponsável, seguida por um chanceler idiotizado, uma especie de avesso de Barão de Rio Branco, colocou o Brasil em conflito com seu maior parceiro comercial. Pura inépcia. O chefe da diplomacia, que teria como missão zelar pelos interesses do país, torna-se, assim, um obstáculo, talvez o maior, no caminho de nossas relações com a China”, disse o âncora.
O grupo Bandeirantes é dono do Canal Rural e tem fortes vínculos com o agronegócio brasileiro. Este editorial certamente é um recado do setor para Bolsonaro. Além disso, no Congresso, a bancada ruralista é bastante grande e isso pode significar que a base do governo está ficando cada vez menor.
Assista:
Em mais um duro editorial com críticas à atuação de Jair Bolsonaro frente à pandemia do Coronavírus, neste sábado (21) a Folha de S.Paulo afirma que diante da inépcia é melhor deixar o presidente falando sozinho
Em mais um duro editorial com críticas à atuação de Jair Bolsonaro frente à pandemia do Coronavírus, neste sábado (21) a Folha de S.Paulo afirma que diante da inépcia é melhor deixar o presidente falando sozinho.
“Ninguém ignora os riscos criados pelo avanço da doença, mas o presidente parece o único a agir como se não tivesse noção de prioridades, da importância de cooperação com outras esferas de governo e do imperativo de transmitir segurança à sociedade. Deixá-lo falando sozinho é a melhor opção”, diz o texto.
A Folha diz que “a exposição das medidas adotadas para combater a calamidade foi confusa, além de prejudicada pelo uso inadequado de máscaras de proteção pelo presidente e por seus auxiliares, que revestiu o evento de tom farsesco”, sobre a entrevista coletiva da última quarta-feira (18).
O jornal ainda cita os “três dias seguidos” de “furiosos panelaços” até mesmo em “regiões onde ele venceu a eleição presidencial de 2018 com ampla margem de votos sobre os adversários, como São Paulo”, e criticou a postura dos filhos do presidente na internet, com o tuíte de Eduardo Bolsonaro culpando a China pela Covid-19, que gerou uma crise diplomática com o maior parceiro comercial do Brasil.
“Enquanto o mundo busca coordenar esforços, os filhos do presidente seguem apostando na confusão e fustigando inimigos imaginários —da China aos líderes do Congresso Nacional”.