“Os resultados de ambos os estudos são bons para ensaios de fase 3, em que as vacinas devem ser testadas em populações maiores de participantes para avaliar sua eficácia e segurança”, afirmou a publicação.
Os dados da pesquisa divulgada pela Lancet se referem à primeira e à segunda fase dos estudos clínicos, quando foram analisadas, respectivamente, a segurança da vacina – como possíveis efeitos colaterais – e a capacidade de produzir uma reação do sistema imunológico.
:: Infodemia: onda de fake news pode agravar ainda mais a epidemia de covid no Brasil ::
A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, por sua vez, já está na terceira e última fase de estudos clínicos. “A ChAdOx1 nCoV-19 [nome da vacina de Oxford] mostrou um perfil de segurança aceitável e um homólogo aumento na resposta de anticorpos” e, embora promissora, ainda não pode ser considerada definitiva, diz a pesquisa.
O estudo publicado na Lancet ainda aponta que o grupo que recebeu essa vacina apresentou algumas reações locais e sistêmicas, como fadiga, dor muscular, febre e dor de cabeça – muitas das quais reduzidas pelo uso de paracetamol -, mas não foi registrado nenhum “evento colateral sério”.
Já a vacina chinesa, que é desenvolvida pela CanSino Biologics, concluiu a fase 2 da pesquisa com cerca de 500 pessoas em Wuhan, região que foi o epicentro do novo coronavírus na China.
:: Brasil tem mais de 80 mil mortes por covid-19 ::
O estudo tinha como foco principal avaliar a resposta imunológica e a quantidade necessária de uma dose que pode ser aplicada com segurança na próxima e última fase de testes.
A Ad5-nCOV, como é chamada, contêm uma quantidade pequena do Adenovírus, vírus do resfriado humano, que conseguiu codificar a proteína da Sars-CoV-2, fazendo com que o organismo estimule a criação de anticorpos que combatem o coronavírus.
No entanto, nenhum dos voluntários foi exposto ao novo coronavírus após receber a dose. Com isso, ainda não se pode determinar que a Ad5-nCOV consiga proteger de forma eficaz contra a infecção da covid-19.
Diversas análises de remédios contra o novo coronavírus estão sendo desenvolvidas por diferentes países. Ainda nesta segunda, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou a conclusão de mais uma fase de experimentos na vacina que está sendo desenvolvida no país. Segundo o governo russo, um segundo grupo de voluntários recebeu alta e apresentou uma resposta imunológica.
(*) Com Ansa.