Professor de Economia da UEG, Ângelo Cavalcante anasila a administração do prefeito de Itumbiara, e faz seu prognóstico sobre as eleições municipais.
Leia a íntegra do artigo:
As bases de Zé Antônio
Ângelo Cavalcante
A ‘pergunta-prêmio’ é: como o atual prefeito conseguiu chegar até aqui?
A nevralgica questão e que não cala aos nossos juízos e sentidos é: como, por Deus, é possível, me digam, que um governico tão incapaz, tão inerte e opaco permaneça tanto tempo na frente de uma cidade tão complexa, carente e sedenta por investimentos e rumos sociais e públicos como a nossa?
O prefeito, performático e teatral, já fez de um tudo para impressionar o povão; já dançou, cantou; fez rebolados, gingou samba e saiu em procissões distribuindo abraços e simpatias.
O homem é um primor!
Só não fez o que governos minimamente sérios, fazem, o que seja: apresentar uma plataforma de efetivas políticas e ações em favor da comunidade, sobretudo, de sua parte mais pobre e carente.
Eu me arrisco a decifrar a infame longevidade deste que já é um dos mais medíocres, encostados e parasitários governos da história de Itumbiara.
Ao fim, inércia pura! A força da gravidade vai levando…
Bom… O prefeito e sua banda familiar e aproximada de apoiadores deram forma para um muito sofisticado engenho gerador de interações e consequentemente, produtor de uma muito bem definida síntese social e política.
Em bem primeiro, o “gestor” aposta firme, no desmantelamento integral da máquina pública onde, reparem, cargos, funções e benesses são distribuídas aos borbotões para apoiadores, novos apoiadores e eventuais apoiadores.
Com maioria na câmara municipal, ao fim, faz tempo que esta “bendita” câmara abriu mão de suas funções, de suas prerrogativas e de sua independência, o prefeito presenteia com sinecuras e privilégios em levas aos seus amigos, compadres e aliados da “casa do povo”.
Não por acaso, o irmão do presidente do parlamento é/era secretário do “hômi”. Todo mundo lembra do escândalo… Mas, “não tem problema, conversando a gente se entende!”.
Outra grave e essencial dimensão fundamental da engenhosidade política do prefeito é que, “estranhamente”, não há oposição ao ‘alcade’.
Sim… Não estou exagerando!
Não há o contraditório, não existem divergências.
Sessões da câmara municipal são “rasgações de seda”, são encontros fraternos recheados de formalismos bobocas e salamaleques.
É desgraça completa! Um tédio pleno, absurdo e desrespeitoso!
Nem nos conventos beneditinos da Idade Média houve tanta sintonia, unidade e harmonia.
Coisa de gangue, de máfia, de gente preguiçosa e que odeia povo; que tem pavor de pobres e que ama, adora e venera essa infame lógica social e estruturalmente desigual em que estamos socados.
Somem a vasta e indevida “comunhão de cargos e benesses” mais a extinção da oposição, incluindo o necessário e providencial silêncio conveniente do PT local, temos, as bases e o fundamento da estabilidade política do muito incapaz Zé Antônio.
Sinceramente… Está passando e mesmo, já passou da hora, da população quebrar esse criminoso acordo de ricos e cavalheiros para, em seguida, refundar a cidade segundo suas necessidades, sonhos e desejos.
Ângelo Cavalcante – Economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), campus Itumbiara.