Você tem fome de quê?

Você tem fome de quê?

Ângelo Cavalcante
Três devastadoras certezas assolam o planeta Terra. São elas: o mundo passa fome; três refeições diárias ou 2.200 calorias/dia (OMS) é, de fato, privilégio para apenas um quarto dos habitantes do mundo e o mais infame e dramático; a fome é determinação política.

Diante dessa catástrofe inominável é dever de todos nós, exigirmos que governos em seus mais distintos níveis definam muito claramente políticas de segurança alimentar.

O que seria isso? Que as pessoas tenham acesso perene a alimentação limpa, segura e de real qualidade; que o direito a alimentar-se adequadamente não seja – jamais seja! – convertido em comércio para o benefício de alguns ‘gatos pingados’.

Diante deste drama é que está sendo formada em Itumbiara (GO) a primeira cooperativa de agroecologia visando o desenvolvimento de culturas alimentares possíveis onde todas as pessoas (todas!) possam acessar alimentos limpos, livres do “veneno nosso de cada dia” e que, da mesma forma, estimulem no intra-familiar bem como em outros grupos sociais e de convivência a importância do consumo de alimentos bons, livres dos agro-tóxicos e de efetiva qualidade.

Em parceria com o Programa de Economia Solidária (PROSOL) da Universidade Estadual de Goiás (UEG), o empreendimento vai lentamente se conformando com a importante presença de pequenos agricultores, agrônomos, agro-ecologistas, estudantes, professores e simpatizantes da boa causa da alimentação saudável.

Para os que não sabem, Itumbiara possui apenas em sua área urbana, mais de quatorze mil lotes vagos e integralmente inutilizados. Com uma política de agroecologia bem definida, articulada e pedagogicamente estabelecida é possível que muitos desses espaços ociosos se convertam em hortas agroecológicas a produzir alimentos para todos nós.

O passo seguinte é constituir cestas de alimentos orgânicos e devidamente certificados, ao fim ninguém quer comprar ‘gato por lebre’ e; em seguida, estabelecer parcerias com empresas, famílias, prefeituras, escolas, universidades e todos os que identificam que com boa alimentação a gente vai muito mais longe.

De fato, ‘o céu é o limite’ e sinceramente, contamos com o apoio e a participação de todos!

Ângelo Cavalcante – Economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), campus Itumbiara.

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